quarta-feira, 21 de maio de 2014

As barreiras do sindicalismo - “O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.” (Hayek)

21/05/2014
 às 11:44 \ Sindicalismo

As barreiras do sindicalismo

As greves que vêm transtornando a vida dos brasileiros colocaram a questão sindical na ordem do dia. Já falei aqui da crise de representatividade dos sindicatos, pois essas greves têm sido lideradas por movimentos dissidentes.
Agora, resgato outro artigo publicado no GLOBO, mostrando como os sindicatos, em essência, atuam para garantir privilégios que não preservam, na prática, conquistas sustentáveis aos próprios trabalhadores. Esses podem não saber, mas seu maior aliado é mesmo o capitalismo liberal.
As barreiras do sindicalismo
“O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.” (Hayek)
A economia de mercado pode ser descrita também como a democracia dos consumidores. Os empresários não determinam o que deve ser produzido independente da demanda; eles estão sujeitos à soberania dos clientes. São esses que, em última instância, decidem quais produtos serão os vencedores.
A suposta frieza da busca pelo lucro no livre mercado costuma incomodar muitas pessoas. Mas o que se ignora é que justamente isso garante a supremacia dos consumidores. Os empresários são forçados a oferecer os melhores produtos pelos menores preços. Por isso eles são levados a pagar o salário de mercado, ou seja, aquele sujeito às leis da oferta e procura. Se uma empresa é forçada a reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, com uma produtividade constante, ela perderá competitividade e poderá ir à falência.
Os consumidores não estão dispostos a pagar mais pelo mesmo produto, só porque alguns sindicalistas desejam mais tempo livre. Os próprios sindicalistas nunca aceitariam o mesmo argumento na compra dos produtos que consomem. O sindicalista enquanto consumidor não questiona se o item demandado foi produzido por empregados que trabalham 40 ou 45 horas semanais. Ele quer o melhor produto pelo menor preço. E, quando ele exerce essa escolha, ele está definindo como o empregador deve agir, sempre mantendo o menor custo possível.
Uma característica comum à mentalidade sindicalista é o foco no curto prazo: há um lucro que poderia ser dividido de forma mais igualitária. A função do empresário é vista como sem valor, uma exploração. O sindicalista ignora completamente o fato de que as condições de mercado estão sempre mudando, e que decisões fundamentais, que podem selar o destino da empresa, precisam ser tomadas diariamente. Trata-se de uma visão estacionária: ignora os problemas essenciais do empreendedorismo sob um processo dinâmico que é o mercado.
A essência das políticas sindicais é sempre garantir privilégios para um grupo minoritário à custa da maioria. O resultado acaba sendo a redução do bem-estar geral. Os sindicatos tentam criar barreiras contra a competição entre trabalhadores, garantindo vantagens para aqueles já empregados e filiados aos poderosos sindicatos. Quando obstáculos são erguidos, como o salário mínimo ou as restrições de horas trabalhadas, o que os sindicatos fazem é dificultar a entrada de novos trabalhadores no mercado. O resultado prático é mais desemprego e informalidade, assim como preços maiores para os consumidores.
A melhor garantia que os trabalhadores têm para mudar de vida está no livre mercado. Com o foco nos consumidores, os empresários terão que investir em tecnologias que aumentam a produtividade do trabalho, permitindo maiores salários. Por isso os trabalhadores de países mais livres, com maior flexibilidade trabalhista e menores encargos, desfrutam de condições bem melhores que aquelas encontradas em países mais intervencionistas. Basta comparar Austrália, Estados Unidos e Dinamarca com o próprio Brasil, ou então a Inglaterra antes e depois de Thatcher que, corajosamente, enfrentou a máfia sindical.  
Não adianta achar que imposições legais vão melhorar a vida dos trabalhadores. A solução não está no decreto estatal ou na pressão sindical, mas sim no próprio progresso capitalista. Foi ele que permitiu o acesso dos trabalhadores a maiores salários e diversos produtos que aumentaram o conforto de maneira impensável no passado.   
Rodrigo Constantino
Fonte:
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/sindicalismo/as-barreiras-do-sindicalismo/

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